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13 de junho de 2010

Três Dias Perfeitos em Milão - Viagem e Turismo


Este texto foi publicado no Guia Temático O Barato da Itália - Viagem e Turismo - Ed. Abril, que está nas bancas desde 01.06.2010 e também pode ser adquirido no site da Loja Abril.

TRÊS DIAS PERFEITOS EM MILÃO

Parque, castelo, obras de arte, bons restaurantes e muitas vitrines de grife num roteiro completo pela capital italiana da moda a menos de € 50 por dia

Verdade seja dita (e sem rodeios): Milão é uma das cidades mais caras da Europa e, sem dúvida, a mais cara da Itália. Líder no país em termos de dimensão, educação universitária, programação cultural e atividade política, sua região metropolitana é o sistema nervoso da economia do país. Estrategicamente localizada, é a sede de aproximadamente 200 bancos italianos e outros 40 estrangeiros. De igual importância são os setores fashion e de design. Hoje há aproximadamente 12 mil empresas dedicadas ao mundo da moda, 800 showrooms e 6 mil outlets. Referência para o design internacional, o Salão Internacional do Móvel de Milão recebeu, na edição de 2009, pleno ano de crise, cerca de 300 mil visitantes. Em outras palavras: Milão cheira a dinheiro e negócios. Mas também – e eis a parte que mais interessa – a boa comida, bons vinhos, belas obras de arte. E é possível, sim, se divertir muito gastando pouco. Para ver de tudo um pouco, três dias são suficientes – inclusive com escapada às lojas, já que ninguém é de ferro. Ainda que seja só para namorar as vitrines...

DIA 1 - grandes postais

O roteiro pode começar com uma visita ao Duomo ((Piazza del Duomo, 02/7202-3375, duomomilano.it;  catedral: 7h/19 h, telhado: 9h/17h45; € 5 pelo elevador, € 3,50 pelas escadas ), uma das maiores e mais impressionantes catedrais góticas do mundo, que começou a ser erguida no século 14. Vá com calma e inclua no passeio a indispensável subida ao telhado, que pode ser de escada ou elevador. Os dois caminhos levam ao mesmo lugar: a maravilhosa vista da cidade (com sorte, terá os Alpes como pano de fundo) e a inigualável sensação de pisar no telhado da terceira maior catedral do planeta, que levou quase 430 anos para ser finalizada, em 1813.
Logo ao lado do Duomo fica a Galleria Vittorio Emanuele II (Piazza del Duomo), que liga a Piazza del Duomo à Piazza Scala. Construída no século 19 por Giuseppe Mengoni, é o símbolo da elegância dos milaneses. Homens engravatados em seus ternos bem cortados e mulheres em seus tailleurs e calçando o sapato da moda – com salto altíssimo, claro – dividem espaço com os turistas abastados que invadem as lojas de marcas famosas (ali fica a primeira loja da Prada, por exemplo) e outros que vão apenas olhar e encaram, no máximo, um cafezinho ou um delicioso gelato italiano (se você se encaixar nessa categoria, não deixe de provar o sabor de pistache, ultra macio, por € 6). É supersticioso? Então procure no chão, no centro da Galleria, o touro que tem fama de transmitir fertilidade. Basta colocar um de seus calcanhares sobre os testículos do animal e girar no próprio eixo. Não se preocupe com o mico, milhares de pessoas repetem esse ato todos os dias. Quanto aos resultados, aí já é outra história...
Dali, a pedida é seguir para a Piazza Scala, onde fica o impressionante Teatro alla Scala, casa de ópera construída entre os anos de 1776 e 1778. E, mais adiante, você pode adotar um dos melhores passatempos milaneses: a arte de lamber vitrines. Pegue a Via Alessandro Manzoni, percorra a Via Montenapoleone, a Via della Spiga e a Corso Venezia, que juntas, formam o “Quadrilátero de Ouro” onde estão reunidas as grandes grifes do mundo. Muitos cifrões para o seu bolso? Nesse caso, vale voltar em direção ao Duomo pela Corso Vittorio Emanuele II, onde as lojas sob as arcadas são bem mais acessíveis que as marcas do quadrilátero.
A essa altura, como a fome já deve ter batido, a dica é o Panzerroti Luini (Via Santa Redegonda, 16, 02/8646-1917, luini.it; 2ª 10h/15h, 3ª/sáb. 10h/20h), a melhor fast-food de Milão, que existe desde 1949, quando a família de Giussepina Luini mudou da região da Puglia para a cidade. Panzerotti é uma pizza frita crocante, com recheios variados (o de queijo com tomate é imperdível). Não se assuste com a fila: ela é grande, mas é rápida! E o bolso vai agradecer a experiência: a refeição sairá a € 7. Você terá de se virar por ali mesmo, encostado em alguma vitrine, ou até mesmo sentado na calçada, como os milaneses.
Aproveite a tarde para dar mais uma volta pelo centro histórico e visitar a Pinacoteca Ambrosiana (Piazza Pio XI, 2, 02/806-921, ambrosiana.it; 3ª/dom 10h/17h30h; € 7,50) para conferir, entre outras, as obras de Caravaggio e Botticelli.  Perto dali fica a loja Peck (Via Spadari, 9, 02/802-3161, peck.it; 2ª 15h30/19h30, 3ª/6ª 9h15/19h30, sáb. 8h45/19h30; Cc: A,D,M,V), um famoso empório para quem curte cozinhar e comer. Caso tenha se empolgado e prefira uma tarde de compras, a Via Torino tem boas lojas de grandes redes, como a Zara, a H&M, a Fnac e a Promod. Outro destaque é a Rinascente (Piazza Duomo, 02/885-2471, rinascente.it; 9h30/22h; Cc: A, D, M, V), loja de departamentos perto do Duomo que reúne uma série de marcas. No último andar, além de encontrar várias guloseimas para trazer na mala, você pode escolher entre restaurantes ou bares para tomar um aperitivo e jantar bem ao ladinho das torres da catedral. O Il Bar, com boas massas e risotos, é uma ótima pedida (€ 22 por pessoa, com taça de vinho e couvert). As luzes do Duomo acesas vêm de brinde...

Faça as contas
Transporte (bilhete diário de metrô): € 3
Entradas para as atrações (com a subida ao Duomo pelas escadas): € 11
Refeições: € 35
TOTAL: € 49

DIA 2 - Arte e parque

Com a visita já agendada previamente, programe-se para chegar à Chiesa Santa Maria delle Grazie (Piazza Santa Maria delle Grazie, 2, 02/9280-0360, cenacolovinciano.org; 3ª/dom. 8h15/19h;  € 6.50 + € 1,50 da reserva) com, no mínimo, 20 minutos de antecedência ao horário de sua visita para retirar o ticket na bilheteria. Afinal, você não gostaria de perder a oportunidade de ver a mais importante obra de Leonardo da Vinci, A Última Ceia, por chegar atrasado, certo? E aqui eles são super pontuais.
Ao sair, já na hora do almoço, rume para o Il Bolognese (Corso Genova, 3, 02/5810-0824; 2ª/sáb. 12h/14h45 e 19h15/0h – cozinha fecha às 23h; Cc: A, D, M, V), uma cantina tradicional, com ambiente bem típico, rústico e funcionários à moda antiga. Há um bufê de antipasti, no qual você poderá provar o excelente presunto cru com figo e melão. As massas feitas à mão são de excelente qualidade. Destaque para o espaguete à bolonhesa e para a lasanha verde. Mas a especialidade da casa é o fritto misto all' Emiliana, um fritado de frango, carneiro, maçã e abobrinha. A refeição, com taça de vinho e couvert, vai custar cerca de € 25.
À tarde, uma boa pedida é passear pelo Parco Sempione (entradas pelas Via Pagano, Via Bertani, Piazza Castello, Viale Elvezia, Viale Milton, Viale Gladio, Viale Alemagna e Viale Legnano; jan/fev e nov/dez 6h30/20h, mar/abr e out 6h30/21h, mai 6h30/22h, jun/set 6h30/23h30), um enorme jardim recheado de lagos. Leve uma canga e escolha uma sombra para descansar (isso também é turismo). Depois, aproveite para visitar o Castello Sforzesco (Piazza Castello, 02/8846-3700, milanocastello.it), uma fortificação do século 14 erguida pela família Visconti, cuja entrada é grátis. E termine o dia com uma refeição bem italiana – pizza! Há quem diga que a melhor da cidade é a da Pizzeria Grand’Italia (Via Palermo, 5, 02/877-759; 12h/14h45 e 19h//2h - a cozinha fecha às 23h30), famosa pela massa grossa. Vive lotada, o que é um ótimo sinal. A compensação: uma conta de € 12 por pessoa.


Faça as contas
Transporte (bilhete diário de metrô): € 3
Entradas para as atrações: € 8
Refeições: € 37
TOTAL: € 48

DIA 3 - O outro lado
  
Vale começar o dia na Pinacoteca de Brera (Via Brera, 28, 02/8942-1146, brera.beniculturale.it; 3ª/dom. 8h30/19h15; € 5), uma das maiores galerias de arte da Itália. Caravaggio, Bellini, Tintoretto, Raphael e Piero della Francesca são apenas alguns exemplos do que você verá. É fácil gastar o dia todo por ali, mas o ideal é reservar a manhã para explorar Milão um pouquinho mais no último dia. E emendar com um almoço no Brek (Piazzeta Umberto Giordano, 1, 02/7602-3379, brek.com; 12h/15h e 18h30/22h30), ali nos arredores, que tem um ótimo bufê self service recheado de produtos regionais e frescos, a cerca de € 15 por pessoa.
À tarde, dá para passear pelo delicioso bairro do Brera, o lugar das lojas bacanas, dos cafés, dos artistas, dos estudantes de Belas Artes. Na happy hour, a boa é seguir  para o Navilgli. Há vários bares para escolher à beira dos canais, caso do Spazio Movida (Ascanio Sforza, 41, 02/5810-2043, spaziomovida.it; 18h/2h; Cc: V). E lembre-se: você paga a bebida e os petiscos são de graça! Espere gastar € 15 com as bebidas e voltar feliz da vida para o hotel. Quer despedida melhor? 


Faça as contas
Transporte (bilhete diário de metrô): € 3
Entradas para as atrações: € 5
Refeições: € 30
TOTAL: € 38


ONDE É MELHOR

FICAR
O Vietnamonamour Bed and Breakfast (Via Alessandro Pestalozza 7, 02/7063-4614, vietnamonamour.com; diárias desde € 120) é simples, aconchegante, e tem apenas quatro quartos. Perto do Quadrilátero de Ouro fica o Town House 31 (Via Goldoni, 31, 02/70-156, townhouse.it/th31/; diárias desde € 179 para pacote de 3 noites; Cc: A, D, M, V), que se autointitula um pequeno hotel-butique. Está instalado num charmoso edifício do século 19. Seu irmão Town House 8 (Via Silvio Pellico, 8, 02/3659-4690, townhouse.it/th8; diárias desde € 297; Cc: A, D, M, V) é para poucos e bons. Em outras palavras: para quem quer ter o gostinho de se hospedar dentro da Galeria Vittorio Emanuele II (e pagar por isso, claro).

Um comentário:

  1. Claudia, seu blog está muito legal e já peguei algumas dicas aqui para minha viagem à Itália. Eu também tenho um blog de viagens e acabei chegando no seu via o google. Vou passar a acompanhar agora. Parabéns!

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